Os principais partidos da oposição concordaram neste sábado (6) que a solução da crise política no Paraguai, após os violentos incidentes de sexta-feira (5) em Assunção, passa pela saída do poder do presidente do país, Mario Abdo Benítez, e do vice, Hugo Velázquez, e por novas eleições.
Os líderes dessas legendas tornaram pública a abordagem após repudiarem as ações da polícia nesta sexta-feira em frente ao Congresso, quando dispersaram com balas de borracha, gás e caminhões hidrantes uma concentração de várias centenas de pessoas que denunciaram a falta de suprimentos e medicamentos nos hospitais e a má gestão da pandemia do coronavírus pelo governo.
O presidente da Frente Guasu, a maior coalizão de esquerda, Carlos Filizzola, declarou que os grupos reunidos hoje e agrupados na Mesa dos Presidentes da Oposição, é invariável que a saída de Abdo Benítez e Velázquez, ambos do Partido Colorado, precisa ocorrer por um julgamento parlamentar ou por sua própria renúncia diante da pressão pública.
"Eles têm que sair por impugnação, por resignação ou por mobilização e pressão cidadã", declarou Filizzola aos repórteres, possibilidade que, como ele mesmo lembrou, significa que o presidente do Congresso, Oscar Salomón, do partido governista, seria obrigado a convocar eleições dentro de 90 dias.
"Uma solução constitucional para um governo inepto e corrupto, que não mostrou sinais de resolver os graves problemas que nosso país enfrenta", afirmou
O presidente do Partido Liberal, o maior partido da oposição, Efraín Alegre, expressou na mesma linha e falou em reconstrução do Paraguai.
"O presidente tem que sair, o vice-presidente tem que sair. Estamos aqui para compartilhar um plano de trabalho, e o povo tem que decidir quem virá, quem terá a tarefa de reconstruir o país", destacou.
O presidente passou o dia recebendo membros de seu gabinete e do partido governista e deve emitir um pronunciamento à nação ainda hoje. Pela manhã, o governo havia anunciado que Abdo Benítez pediu aos ministros para colocarem seus postos à sua disposição, e com isso são esperadas mudanças no gabinete.
O chefe de Estado já fez uma grande mudança na manhã de ontem ao acertar a saída do ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, que foi alvo de críticas pela escassez de medicamentos nos centros de saúde pública.
Entretanto, a queda de Mazzoleni não impediu a convocação e realização de protestos para denunciar a situação, bem como os casos de corrupção que foram lançados sobre o governo.
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